São Paulo, 11 de Outubro de 2007 - Relativamente novo nas empresas, executivo chega agora ao alto escalão. Apesar de não ser uma profissão exatamente nova, os gerentes de projetos estão conquistando cada vez mais cargos executivos dentro das empresas. Este será apenas um dos temas tratados no VII Seminário Internacional de Gerenciamento de Projetos, que será realizado entre os dias 17 e 19, em São Paulo, com a presença de cerca 800 participantes.
Surgido nos Estados Unidos, na década de 60, o gerenciamento de projetos garantiu a viabilidade de vários programas da Nasa, entre eles a expedição que culminou com a chegada do homem à lua, em 1969. Hoje, os profissionais dedicados ao gerenciamento de projetos ocupam gerências e até diretorias em companhias de todo o planeta, dedicadas ao planejamento e execução de tarefas com finalidades específicas, dentro do planejamento estratégico das empresas.
Segundo Luis Augusto dos Santos, presidente da seção paulista do Project Managmenet Institute (PMI), entidade mundial voltada ao gerenciamento de projetos, que congrega quase 200 mil membros, em 125 países, os gestores de projetos são os responsáveis pelo cumprimento de determinadas tarefas traçadas no planejamento estratégico das companhias. Ou seja, são os profissionais que fazem os projetos e os grandes programas serem viáveis, além de cuidarem de seu custo. Alguns exemplos seriam a ampliação da uma fábrica, a substituição dos equipamentos de produção em uma determinada unidade ou o desenvolvimento de um novo produto. "O gerente de projetos basicamente gerencia as mudanças determinadas no planejamento estratégico", explica Santos.
Segundo ele, a participação dos profissionais de gerenciamento de riscos já é bastante perceptível em companhias com atuação global como HP, Petrobras, GE e IBM, entre outras. Nas companhias onde o gerenciamento de projetos é mais avançado, há uma estrutura hierárquica que reúne todos os responsáveis pelos projetos em andamento. Tal estrutura inclui de gerentes a diretores de projetos. "Dependendo do porte da empresa e dos projetos, um gerente pode acompanhar de 20 a 30 projetos simultaneamente. Já um diretor, chega a concentrar 300 projetos", explica.
Segundo Luiz Augusto dos Santos, cerca de um terço dos gestores de projetos são oriundos da área de tecnologia da informação. Entretanto, a função também é exercida por profissionais de várias outras formações, como farmacêuticos, engenheiros civis e executivos de finanças e consultorias. Os salários ficam entre R$ 6 mil e R$ 22 mil, também dependendo do tamanho da empresa e dos projetos coordenados. "As empresas hoje enxergam os gerentes de projetos como elementos cruciais para a promoção de mudanças", afirma.
Formado em Engenharia Mecânica, em 1998, a Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, o executivo Leandro Patah ingressou na Siemens um ano antes, como estagiário, já atuando em gerenciamento de projetos. Em 2001, obteve a certificação internacional do PMI, uma espécie de diploma para gerentes de projetos, e, já no ano seguinte, passou a preparar profissionais da Siemens para obterem a certificação da orga-nização internacional.
Hoje, Patah é o gerente de PMO (sigla em inglês para "Escritório de Gerenciamento de Projetos") da Siemens. Entre outras atribuições, cuida da estrutura da carreira dos gestores de projetos na companhia. "Cuidamos da implementação das metodologias, da formação e do treinamento dos gerentes de projetos", explica o executivo.
No Brasil, a companhia conta com 90 profissionais certificado, atuando nos mais diversos projetos da empresa, em áreas como energia, medicina e indústria. Na Siemens, os projetos podem variar de um mês até cinco anos de duração, o que, segundo Patah, torna a atividade ainda mais interessante para ser exercida. "É uma função muito dinâmica. O dia-a-dia não é estático. Cada novo projeto tem um contexto, um período e até mesmo um local de execução diferenciados. Além disso, há sempre a possibilidade de se atuar em projetos cada vez mais complexos."
O VII Seminário Internacional de Gerenciamento de Projetos será realizado pelo Capítulo São Paulo do PMI, que existe desde 1996. O evento tem com objetivos apresentar e discutir inovações na área de gerenciamento de projetos.
A programação contará com quatro palestrantes internacionais e nove nacionais. Entre os nomes confirmados estão Blaize Reich, do Canadá, Wes Balakian, dos Estados Unidos, e Alfonso Bucero, da Espanha.
O painel de presidentes terá a presença de Sergio Bertolletti, da AtosOrigin para Brasil e AL, entre outros. O encontro ainda inclui um Fórum de Empregabilidade, que terá a participação de Patrick Hollard, presidente da Michael Page para a América Latina, entre outros profissionais de RHs e de GP. Entre as empresas que apresentarão seus casos de gerenciamento de projetos estão Siemens, Promon, PriceWaterHouseCoopers e EDS.
O PMI possui presença global, com sede em Newtown Square, na Pensylvania (Estados Unidos). Cada representação local recebe o nome de chapter (capítulo). No Brasil existem 16 capítulos. O País conta com 926 profissionais certificados, número que cresceu 14,2% no último ano. No total, existem 4.493 brasileiros associados ao PMI, 1.840 deles no Estado de São Paulo.
Em 2006, a certificação profissional em gerenciamento de projetos PMP (Project Management Professional), concedida pelo PMI, atingiu a quarta posição entre as 10 mais procuradas do site americano CertCities.com.
(Gazeta Mercantil - Marcelo Monteiro)
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